No
mês de abril tive a maravilhosa oportunidade de participar do curso de formação
de educadores para o programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) do SENAR- RN
(Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado do
Rio Grande do Norte) e, na semana do curso, conheci a Meliponicultura por meio
do amigo João Paulo Evangelista do Meliponário Campo Verdes, um apaixonado por abelhas
sem ferrão. Ele me falava com tamanha empolgação de suas abelhas que acabou me
contagiando.
Para
aqueles que ainda não ouviram falar, a criação de abelhas indígenas sem ferrão
constitui a Meliponicultura. Antes desconhecia a existência de outras espécies
de abelhas, sabendo apenas da abelha com ferrão (Apis mellifera), e sua criação que forma a apicultura, porém hoje
sei que no Brasil há mais de 300 espécies de abelhas indígenas sem ferrão.
A
cada dia venho estudando mais sobre o assunto e me apaixonando por esses seres
incrivelmente organizados.
E
dessa curiosidade pelo mundo das abelhas indígenas, iniciei o trabalho de pesquisa
para análise de mel de Jandaíra. Esse
será o meu trabalho apresentado para conclusão do curso de graduação em
Nutrição, que tem como objetivo geral verificar a qualidade do mel de Jandaíra (Melipona subnitida) do Rio Grande do
Norte, comparando o mel coletado no cortiço, e o mel já processado para
comercialização. As análises que estão sendo realizadas são: teor de umidade;
reação de Lund (verifica a presença de albuminoides); reação de Fiehe (avalia a
presença de açúcares invertidos por hidrólise ou superaquecimento do mel);
análise de coliformes totais e, se confirmativo, coliformes fecais; e a última
análise verifica a presença da bactéria Staphyloccocus
aureus.
A
escolha do mel de Jandaíra se deu por ser a espécie mais criada no estado e também
por seu valor comercial. O mel da Jandaíra, tem um sabor diferente da Apis, não é tão forte e enjoativo, pois possui
um teor maior de umidade, só sabe quem já provou como ele é saboroso. Existe
uma procura maior que a oferta, tornando esse mel uma verdadeira iguaria.
Para
coletar o mel tenho feito algumas viagens, e a cada novo contato com outros meliponicultores
aprendo mais sobre essa atividade. Até o presente momento visitei três meliponicultores,
dois na região de Mossoró e um na região de São Paulo do Potengi. E tenho pela
frente cerca de 6 a 8 coletas em outras regiões do estado.
Tem
sido um trabalho um pouco cansativo, porém gratificante! É um prazer imenso contribuir
para divulgação dessa atividade que é essencial para manutenção da flora
nativa, já que essas abelhinhas são responsáveis por cerca de 90% da polinização
feita em árvores brasileiras, e consequentemente pelo equilíbrio de todo o ecossistema. Acho que depois de tudo isso nem precisaria dizer que também me tornarei uma meliponicultora, sem fins comerciais, apenas pela terapia que é cuidar das abelhas sem ferrão. Garanto, traz uma paz imensa ficar perto dessas pequeninas.
Aí vão algumas imagens das coletas já realizadas
Alguns cortiços de criação de Jandaíra, em Mossoró/RN
Esse cortiço estava com bastante mel, apesar da seca, que atrapalha a produção das meliponas
Durante a realização das coletas em Mossoró/RN
Meliponário Campo Grande em São Paulo do Potengi/RN
Uma Jandaíra fazendo pose para foto.
Essa é a sentinela que fica na entrada do cortiço.
Aí são os amigos João Paulo e Seu Tita manejando um cortiço de Uruçu
Retornando para casa tive essa visão maravilhosa!
Pra encerrar, deixo para reflexão uns versos sobre as abelhas indígenas:
Tão pequena...
Singela, vens fazendo
grandes coisas.
De flor em flor,
resistindo ao tempo,
insistes em
promover a vida.
A vida de
muitos, inclusive dos que
ignoram a tua
história. Porém, eis tua
própria obra que
demonstra a tua
grandeza.
Que tua
reafirmação surpreenda a
consciência,
principalmente daqueles
que pelo lucro
negam a tua presença. E
que a esperança
permaneça latente,
desejando a
formação da nova semente.
Manolo
Simples assim!
Minha menina meiga de porta Alegre, quando quiser visitar meu meliponário é só dizer o Dia pois: trou-se colmeia com mel do criatório do sertão.
ResponderExcluirAbraço
Rivan Fernandes
meliponário do litoral
Macaiba,RN
Olá Rivan! Agradeço a ajuda, irei aí com certeza!
ExcluirEntrarei em contato com você... Pode me aguardar.
Abraços
Oi Amanda passa lá no meu cantinho, quem sabe você vai gostar das imagens? beijos Iêda.
ResponderExcluirOlá Iêda! Gostei mesmo... Tudo muito lindo! =)
ExcluirTambém crio essas abelhas maravilhosas a jandaira
ResponderExcluirOlá Fábio!!! Que beleza! Onde é seu meliponário?
ResponderExcluirbom dia a todos, muito legal esse trabalho e a preservação das lindas espécies de ASF que vivem em nosso nordeste, sou Valteilson, paraibano de Monteiro, sou grande admirador das abelhas desde criança, e vejo a forma grotesca como ainda hj são tradadas as mesmas em minha região, algumas já sumiram , que é o caso do uruçu, caso alguém possa me ajudar, eu quero ter mais informações e também adquirir alguns enxames de uruçu nordestina e de jandaira, desde ja agradeço qualquer retorno
ResponderExcluirvalter ferreira meu cel 12-9-8116-2350, é de são paulo, pq trabalho aqui.
email: valter.cdnlocadora@gmail.com
Olá Valter,
ExcluirVoou te passar os blogs de alguns amigos que poderão te explicar com melhor propriedade sobre as ASF:
http://meliponariodolitoral.blogspot.com.br/
Rivan
http://meliponariocamposverdes.blogspot.com.br/
João Paulo
http://urucueabelhasnativas.blogspot.com.br/
Paulo Romero
Boa Noite , me chamo Hugo Araujo , estou querendo iniciar essa incrivel atividade que é a criação de meliponas , estou precisando comprar alguns caixotes para jandaira ,e uruçu gostaria de saber onde posso encontrar aqui no RN . Moro na região agreste do Estado!
ResponderExcluirHugo,
ExcluirDá uma olhada nos blogs que citei acima. Creio que eles poderão te ajudar nessa aquisição.
Meu Email é hugo-emater@hotmail.com
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