terça-feira, 14 de agosto de 2012

Análise do mel de Jandaíra (Melipona subnitida) do Rio Grande do Norte



No mês de abril tive a maravilhosa oportunidade de participar do curso de formação de educadores para o programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) do SENAR- RN (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado do Rio Grande do Norte) e, na semana do curso, conheci a Meliponicultura por meio do amigo João Paulo Evangelista do Meliponário Campo Verdes, um apaixonado por abelhas sem ferrão. Ele me falava com tamanha empolgação de suas abelhas que acabou me contagiando.

Para aqueles que ainda não ouviram falar, a criação de abelhas indígenas sem ferrão constitui a Meliponicultura. Antes desconhecia a existência de outras espécies de abelhas, sabendo apenas da abelha com ferrão (Apis mellifera), e sua criação que forma a apicultura, porém hoje sei que no Brasil há mais de 300 espécies de abelhas indígenas sem ferrão.
A cada dia venho estudando mais sobre o assunto e me apaixonando por esses seres incrivelmente organizados.

E dessa curiosidade pelo mundo das abelhas indígenas, iniciei o trabalho de pesquisa para análise de mel de Jandaíra. Esse será o meu trabalho apresentado para conclusão do curso de graduação em Nutrição, que tem como objetivo geral verificar a qualidade do mel de Jandaíra (Melipona subnitida) do Rio Grande do Norte, comparando o mel coletado no cortiço, e o mel já processado para comercialização. As análises que estão sendo realizadas são: teor de umidade; reação de Lund (verifica a presença de albuminoides); reação de Fiehe (avalia a presença de açúcares invertidos por hidrólise ou superaquecimento do mel); análise de coliformes totais e, se confirmativo, coliformes fecais; e a última análise verifica a presença da bactéria Staphyloccocus aureus.

A escolha do mel de Jandaíra se deu por ser a espécie mais criada no estado e também por seu valor comercial. O mel da Jandaíra, tem um sabor diferente da Apis, não é tão forte e enjoativo, pois possui um teor maior de umidade, só sabe quem já provou como ele é saboroso. Existe uma procura maior que a oferta, tornando esse mel uma verdadeira iguaria.

Para coletar o mel tenho feito algumas viagens, e a cada novo contato com outros meliponicultores aprendo mais sobre essa atividade. Até o presente momento visitei três meliponicultores, dois na região de Mossoró e um na região de São Paulo do Potengi. E tenho pela frente cerca de 6 a 8 coletas em outras regiões do estado.

Tem sido um trabalho um pouco cansativo, porém gratificante! É um prazer imenso contribuir para divulgação dessa atividade que é essencial para manutenção da flora nativa, já que essas abelhinhas são responsáveis por cerca de 90% da polinização feita em árvores brasileiras, e consequentemente pelo equilíbrio de todo o ecossistema. Acho que depois de tudo isso nem precisaria dizer que também me tornarei uma meliponicultora, sem fins comerciais, apenas pela terapia que é cuidar das abelhas sem ferrão. Garanto, traz uma paz imensa ficar perto dessas pequeninas.

Aí vão algumas imagens das coletas já realizadas
Alguns cortiços de criação de Jandaíra, em Mossoró/RN
Esse cortiço estava com bastante mel, apesar da seca, que atrapalha a produção das meliponas
 Durante a realização das coletas em Mossoró/RN
 Meliponário Campo Grande em São Paulo do Potengi/RN
 Uma Jandaíra fazendo pose para foto.
 Essa é a sentinela que fica na entrada do cortiço.
Aí são os amigos João Paulo e Seu Tita manejando um cortiço de Uruçu
 
 Retornando para casa tive essa visão maravilhosa!

Pra encerrar, deixo para reflexão uns versos sobre as abelhas indígenas:
Tão pequena... Singela, vens fazendo
grandes coisas. De flor em flor,
resistindo ao tempo, insistes em
promover a vida.
A vida de muitos, inclusive dos que
ignoram a tua história. Porém, eis tua
própria obra que demonstra a tua
grandeza.
Que tua reafirmação surpreenda a
consciência, principalmente daqueles
que pelo lucro negam a tua presença. E
que a esperança permaneça latente,
desejando a formação da nova semente.

Manolo
Simples assim!

11 comentários:

  1. Minha menina meiga de porta Alegre, quando quiser visitar meu meliponário é só dizer o Dia pois: trou-se colmeia com mel do criatório do sertão.
    Abraço
    Rivan Fernandes
    meliponário do litoral
    Macaiba,RN

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    1. Olá Rivan! Agradeço a ajuda, irei aí com certeza!
      Entrarei em contato com você... Pode me aguardar.
      Abraços

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  2. Oi Amanda passa lá no meu cantinho, quem sabe você vai gostar das imagens? beijos Iêda.

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  3. Também crio essas abelhas maravilhosas a jandaira

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  4. Olá Fábio!!! Que beleza! Onde é seu meliponário?

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  5. bom dia a todos, muito legal esse trabalho e a preservação das lindas espécies de ASF que vivem em nosso nordeste, sou Valteilson, paraibano de Monteiro, sou grande admirador das abelhas desde criança, e vejo a forma grotesca como ainda hj são tradadas as mesmas em minha região, algumas já sumiram , que é o caso do uruçu, caso alguém possa me ajudar, eu quero ter mais informações e também adquirir alguns enxames de uruçu nordestina e de jandaira, desde ja agradeço qualquer retorno

    valter ferreira meu cel 12-9-8116-2350, é de são paulo, pq trabalho aqui.

    email: valter.cdnlocadora@gmail.com

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    1. Olá Valter,

      Voou te passar os blogs de alguns amigos que poderão te explicar com melhor propriedade sobre as ASF:

      http://meliponariodolitoral.blogspot.com.br/
      Rivan

      http://meliponariocamposverdes.blogspot.com.br/
      João Paulo

      http://urucueabelhasnativas.blogspot.com.br/
      Paulo Romero



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  6. Boa Noite , me chamo Hugo Araujo , estou querendo iniciar essa incrivel atividade que é a criação de meliponas , estou precisando comprar alguns caixotes para jandaira ,e uruçu gostaria de saber onde posso encontrar aqui no RN . Moro na região agreste do Estado!

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    1. Hugo,

      Dá uma olhada nos blogs que citei acima. Creio que eles poderão te ajudar nessa aquisição.

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